Numa noite no qual esperávamos diversas surpresas, o previsível aconteceu. No inicio de 2011, muito se falava de "A Rede Social" como o grande e único filme em que poderia disputar o Oscar. Nesse meio tempo, muitas coisas aconteceram e muitos longas apareceram, como é o caso do grande vencedor da noite "O Discurso do Rei" abocanhando 4 estatuetas.
Com muito bom humor e com bastante simpatia Anne Hathaway e James Franco, com seu quase humor sádico, foram os apresentadores da noite. Apesar de não terem conseguido conquistar o frio público de Hollywood, acredito que tenham trazido de uma forma irreverente a noite.
Uma das poucas surpresas da noite foi o prêmio, entregue por Tom Hanks, de Melhor Fotografia para o filme "A Origem", desbancando todas as apostas dirigidas ao filme "Bravura Indómita". Em um filme criado a partir de efeitos visuais como foi possível desbancar o belo e bem realizado "Bravura Indómita". Acredito que foi um jeito de se desculpar pelo que fez no ano passado com o filme "Avatar", em que a maior parte das fotografias do filme foram feitas a partir de efeitos computadorizados.
Os dois prêmios que não fugiram às expectativas foram os de Melhor Ator e Atriz, Colin Firth e Natalie Portman, respectivamente. Firth vinha sendo o grande favorito a muito tempo, a sua grande interpretação como um rei gago o creditou a entrar para a historia do Oscar. Já o papel de Natalie foi de uma bailarina que buscava sempre a perfeição e com isso, acaba tendo um final trágico. Com uma atuação de gala, a jovem atriz consegue o prêmio, o qual era visto como barbada para ela.
O Oscar de melhor direção acabou ficando para Tom Hooper, "O Discurso do Rei", com um perfeito manejo de uma direção clássica desbancou os outros concorrentes. O favorito da noite e o meu favorito era David Ficher, "A Rede Social", porém eles ainda insistem em premiar o tradicional, igual no ano passado, quem vai preferir a direção de Kathryn Bigelow, "Guerra ao Terror", a de James Cameron, "Avatar", não da para comparar.
"Toy Story 3" acabou levando para os seus estúdios os prêmios de Melhor Longa Metragem e o de Melhor Canção Original. E com certeza estava na busca pelo melhor prêmio da noite. Com os mesmo número de estatuetas o filme de Tim Burton, "Alice", ganhou merecidamente o Melhor Figurino e Melhor Direção de Arte. "A Origem" terminou com 4 estatuetas: Melhor Fotografia, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhor Efeitos Visuais. Já "O Vencedor" fechou sua noite com duas, Melhor Ator e Atriz Coadujuvantes. Um dos filmes mais aclamados do ano levou apenas 3 estatuetas, "A Rede Social" ganhou em Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora.
Como esperado, o grande prêmio da noite ficou para o filme "O Discurso do Rei". Muito se falava de "A Rede Social" (porém provou ser mais uma biografia que não encantou a academia) pela estória fabulosa do criador do Facebook, mas vamos ser racionais, nunca a Academia ia ser tão ousada a esse ponto. O meu favorito ao prêmio era o filme "Cisne Negro", pela ousadia, pela formação do elenco e pelo tenso roteiro apresentado. Porém, os academicos continuam a preferir premiar o passado e não deixar o futuro avançar.
A decepção da noite foi o filme "Bravura Indômita", já que possuía 10 indicações ao Oscar, entre elas as de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e ,como favorito, à Melhor Fotografia, num trágico desfecho nenhuma estatueta foi para a sua estante. O longa é uma refilmagem que acabou não sendo muito bem aceita pelo grande público, mas o que me chamou atenção foi a atuação da jovem e promissora atriz Hailee Steinfeld, 14 anos, e com certeza era para ela ter levado o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante.
Para quem falou que esse ano foi péssimo em filmes, queimou a língua, esse ano foi um dos melhores anos para o cinema mundial, tivemos grandes filmes entre eles "O Discurso do Rei", "A Rede Social", "Cisne Negro", "Toy Story 3", "O Vencedor", "A Origem", "Bravura Indômita", "Meu Malvado Favorito" que injustamente não concorreu ao Oscar, entre outros. Então, nos vemos nos próximos Academy Awards, na primeira fila do Kodak Theatre.
Matheus Haddad